A Venezuela fechou um acordo de ~US$ 1 bilhão com parceiros estrangeiros, incluindo empresas chinesas, para desenvolver novos poços petrolíferos, aumentar sua produção e, entre outras coisas, driblar sanções internacionais. Paralelamente, houve autorização para a empresa americana Chevron retomar operações em território venezuelano, sob licenças específicas autorizadas pelos EUA. Com isso, houve um aumento nas exportações de petróleo venezuelano — por exemplo, dados recentes apontam algo em torno de 900.000 barris/dia em exportações em agosto, impacto direto da licença da Chevron.
Por que os EUA se reorientaram para interagir com a Venezuela agora:
Interesses geopolíticos e de segurança energética: A dependência americana e global de petróleo torna estratégico reestabelecer correntes de oferta, especialmente em um momento de pressões sobre os custos de energia e instabilidades no mercado global. Influência diplomática: Autorizar empresas como a Chevron a operar atua como instrumento de negociação ou barganha, inclusive para pressionar mudanças políticas ou obter concessões em temas como direitos humanos, migração ou sanções. Competição com outros atores globais: A China aparece como um parceiro central nos acordos; os EUA têm incentivo para não permitir que rivais globais dominem o acesso aos recursos e à influência na região venezuelana.
Ações e empresas que podem se beneficiar:
Aqui estão quais empresas ou setores podem ter ganhos ou valorização, caso esse cenário continue:
Chevron (CVX)Empresa / Ação
Motivo do Potencial Ganho – Recebeu licença restrita para operar / exportar petróleo venezuelano aos EUA; participação em joint ventures na Venezuela pode gerar aumento de produção e lucros.
Empresas petrolíferas chinesas (ex: CNPC ou outras que já atuam com acordos na Venezuela)
Estão envolvidas nos acordos bilionários; podem ganhar contratos de exploração, fornecimento tecnológico e infraestrutura.
PDVSA (petrolífera estatal venezuelana)
Se o acordo for bem executado, pode recuperar parte da capacidade produtiva, aumentar receitas, ainda que haja restrições das sanções. Claro, muito depende da estabilidade regulatória, transparência e cumprimento dos contratos.
Setor de refino/distribuição nos EUA
Com a Chevron operando de novo, refinarias americanas que recebem petróleo pesado venezuelano (“crude pesado”) podem ter matéria-prima mais barata ou mais abundante, o que pode melhorar margens.
– Riscos e limitações a considerar:
Sanções ainda pesam: embora haja licenças, há restrições (por exemplo, pagamentos diretos ao governo venezuelano podem estar limitados ou proibidos). Instabilidade política/regulatória: Mudanças de governo, novas sanções ou decisões judiciais podem interromper ou inviabilizar operações. Custo logístico e operacional elevado: infraestrutura deteriorada, problemas de transporte, refinamento e corrupção podem reduzir ganhos reais. Dependência de preços do petróleo: se o preço do barril cair muito, mesmo produções maiores podem não garantir lucro.